“Com a LACIME na América Latina, a Reed Travel Exhibitions (RTE) amplia seu raio de ação de forma significativa, compondo um novo e importante eixo mundial de mercado além da EIBTM, principal evento do setor na Europa, e da AIME, na Ásia”, declarou Tom Nutley, presidente da RTE, durante a coletiva de imprensa de abertura da LACIME 2004. Nesta terça-feira (22), primeiro dia da exposição, compradores convidados nacionais (Trade Buyers) e internacionais (Hosted Buyers) estiveram em contato com fornecedores de sua preferência para a primeira rodada de negócios do evento. Cerca de 320 executivos com poder de decisão e compra potencialmente interessados nos produtos latino-americanos e caribenhos compõem a lista de convidados para a LACIME 2004 até o dia 25 de junho, sem contar os 2,6 mil visitantes já credenciados para o evento.

O intercâmbio criado pela feira da LACIME 2004 gera oportunidades de negócios até então inexploradas pelo continente. Neste contexto, a RTE, representada pela Reed Exhibitions Brasil no País, abre espaço para que dirigentes e profissionais do setor participem da expansão do segmento na região. “Considerações e críticas que vocês [compradores e fornecedores] tenham a fazer, por favor, não ponham no papel. Venham até nós e falem”, sugeriu Tom Nutley ao público da LACIME 2004, demonstrando espírito prático e grande interesse em agilizar o processo de crescimento da exposição no continente, que já tem garantida a edição 2005, também na capital paulista.

O presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, também presente na coletiva, reforçou o profissionalismo da RTE e sua credibilidade para emplacar o continente no mapa mundial de eventos. “Ao realizarmos um evento com a maior empresa do planeta, São Paulo e Brasil tornam-se um eixo mundial para o setor”, declarou. A Reed Travel Exhibitions é responsável por 13 feiras anuais de turismo no mundo e faz parte do conglomerado Reed Elsevier, que engloba a organização de mais de 430 eventos para 49 setores de mercado.

De acordo com Eduardo Sanovicz, o turismo de negócios e eventos – também conhecido no mercado como o “segmento mais” – tem gerado milhões de dólares para a economia do País. Dados fornecidos hoje pelo Banco Central, indicam que, em maio deste ano, o Brasil recebeu US$ 255 milhões gastos por turistas estrangeiros, contra US$ 169 milhões no mesmo período do ano passado. Ou seja, houve um incremento de 50,8% nas divisas dos turistas estrangeiros no Brasil em maio deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado. De janeiro a maio de 2004, os turistas estrangeiros gastaram R$ 1,38 bilhões, contra R$ 942 milhões no mesmo período do ano passado. Trata-se de um aumento de 46,9%, nas divisas, sendo que a pesquisa do Banco Central está embasada em transações com cartões de crédito e câmbio, excluindo gastos pessoais dos turistas.

Ao incitar um momento de reflexão, Sanovicz ponderou que a LACIME 2004 é um momento de reflexão e comemoração. O primeiro, porque é preciso pensar como propor negócios para os compradores internacionais e, o segundo item, porque a América Latina e o Caribe estão, finalmente, inseridos no mapa mundial. Indagado por um jornalista sobre os números que o País tem apresentado sobre o setor, Sanovicz revela-se surpreso com a rapidez do crescimento do turismo brasileiro. Câmbio, diversidade de produtos e temas e a criação do Ministério do Turismo são os três motivos que explicam esta evolução, segundo o dirigente da Embratur.

De fato, o mercado internacional está reconhecendo a qualidade dos produtos do continente. O executivo De Vera, que representa da européia RTE no Brasil, enfatizou que a próxima edição da LACIME será realizada em São Paulo pela infra-estrutura que a cidade oferece. Escolhida entre várias capitais do globo, a capital paulista destacou-se no que tange os benefícios logísticos e a malha aérea para executivos internacionais. A intenção é que, nos próximos eventos, cada vez mais empresários latino-americanos e caribenhos participem da LACIME em São Paulo.

Com o investimento inicial de R$ 3,5 milhões, a organização da LACIME ainda não prevê receita para este ano. “O que investimos agora é para gerar receita no futuro, não temos expectativas de receitas imediatas”, declarou De Vera. Segundo dados da ABAV Nacional, este futuro não demorará a chegar, já que a entidade registra um aumento de 20 a 25% ao ano, nos últimos cinco anos, na procura por programas de incentivo no País. O presidente da ABAV Nacional, Tasso Gadzanis, aponta o setor de incentivo como uma tendência de mercado. “Hoje em dia, percebe-se que dar um relógio não causa o mesmo impacto do que dar um jantar à luz de velas em um castelo de Paris”, exemplificou. De acordo com Sanovicz, os destinos que mais demandam o setor de incentivo no Brasil são Amazônia, Foz do Iguaçu, Pantanal, Rio de Janeiro e Salvador. “O sul do planeta é atrativo”, ressaltou, ao citar preços e serviços como grandes vantagens competitivas em relação ao norte do planeta, que enfrenta o medo de novos ataques terroristas.

Mais de 50% dos compradores convidados pela LACIME 2004 são estrangeiros das Américas, da África e da Europa. Respondendo a pesquisas da Reed Exhibitions Brasil, todos afirmaram que pretendem retornar à América Latina em algum momento nos próximos 12 meses para fazer negócios.

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Débora Didonê

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