O fluxo de turistas estrangeiros na Itália movimentou 27,5 milhões de euros em 2002, ficando acima das expectativas para o fechamento do ano. Para 2003, a prioridade da Entidade Nacional Italiana para o Turismo (ENIT) é trabalhar de forma a que essa recuperação (que se deu graças, sobretudo, à retomada do fluxo de turistas procedentes de outros países durante os meses de verão) se mantenha, independentemente do atual cenário político-econômico mundial.

De acordo com o presidente da Entidade Nacional Italiana para o Turismo (ENIT), Amedeo Ottaviani, o resultado de 2002 só não foi melhor por conta de alguns “contra-golpes de uma conjuntura negativa” marcada, principalmente, pelo impacto da entrada do euro em circulação, pela preocupação internacional após os atentados de 11 de setembro e pela crise das bolsas.

Diante disso, a presença de estrangeiros nos hotéis italianos registrou queda de 2,5% entre janeiro e agosto de 2002, em relação a igual período de 2001. A maior queda (8,3%) foi de turistas americanos, seguida de ingleses (6,5%), japoneses e alemães (ambos com 5,8%). “Tais fatos não incidiram somente sobre a quantidade, mas também sobre os aspectos qualitativos, modificando o poder de aquisição do turista, que reduziu tanto o período de permanência quanto as suas despesas em relação aos anos anteriores”, observa Ottaviani.

Para que essa situação não se repita em 2003, o ENIT vem promovendo uma série de ações e eventos com o objetivo de incentivar o turismo cultural. Uma delas foi a IX Edição do Art Cities Exchange – workshop destinado à promoção das cidades de arte italianas –, que aconteceu em Roma, nos dias 17 e 18 de janeiro. Durante os dois dias, mais de 200 operadores de turismo estrangeiros – entre os quais, três brasileiros –, trocaram informações e debateram temas de interesse com mais de 500 operadores italianos. “Começamos 2003 sob a insígnia de um esforço conjunto do ENIT com os principais agentes do setor turístico no sentido de provocar uma vigorosa retomada para revitalizar o mercado mundial de viagens”, afirma Ottaviani.

País abriga 70% do patrimônio histórico-artístico do mundo – Nenhum país do mundo pode gabar-se de possuir tantos tesouros históricos, artísticos e culturais como a Itália. Segundo dados da Unesco, 70% do patrimônio histórico-artístico do mundo se distribuem entre as cidades italianas, o que faz do país um destino privilegiado para o turismo internacional. Cerca de 30 milhões de turistas visitam a Itália a cada ano, proporcionando ao país mais de US$ 30 milhões em entrada de divisas.

As receitas do turismo correspondem a 5,5% do PIB italiano e geram cerca de US$ 113 bilhões por ano, fazendo da atividade turística um dos mais importantes setores da economia italiana, a frente, por exemplo, do setor agrícola.

O esplendor artístico-cultural da Itália reúne um impressionante conjunto de pintura, escultura, cerâmicas e edifícios (arquitetura) criados pelo refinado gênio artístico italiano ao longo dos séculos. Numerosos são os exemplos de objetos e construções, que datam desde o período Paleolítico até nossos dias (como a Venere di Savignano, conservada no Museu Pigorini, em Roma, e os testemunhos da Magna Grécia, a civilização que floresceu entre os séculos VIII e V a.C.).

Na pintura, esplêndidos ciclos de mosaicos, que mostra a influência da cultura bizantina na Itália, podem ser encontrados em Ravenna (San Vitale e San Apolinário), na Sicília (Palermo, Cefalù e Monreale), em Veneza (San Marco) e em Florença (Batistério). A arte renascentista, que eclodiu no início do século XV em Florença, o barroco e o maneirismo (inaugurado por Michelangelo e adotado pelos mestres venezianos Tiziano e Tintoretto) também fascinam há muitas gerações os turistas estrangeiros.

Na arquitetura, a arte romana, que mistura e re-elabora tradições itálicas, etruscas e gregas está presente em todo o território italiano em estradas, pontes, aquedutos, arcos, anfiteatros, fóruns e templos. Entre os testemunhos arquitetônicos mais importantes estão as Basílicas de Santa Maria Maggiore e de San Sabina, em Roma; a Basílica de San Ambroglio, em Milão; a Catedral e o Batistério, de Cremona; os Duomos de Módena, Parma, Piacenza, Ferrara e Pisa e as diversas edificações em toda a Sardenha.

Há ainda, o turismo religioso, que atrai mais de 3 milhões de visitantes por ano, a gastronomia – que reflete a riqueza e a variedade de costumes e dialetos das regiões italianas – e os grandes centros de moda e design. Centenas de roteiros turísticos espetaculares podem ser feitos em todas as regiões da Itália. Além das cidades de arte como Florença, Roma e Veneza, há os pequenos e médios centros urbanos, também milenares, e que guardam autênticos tesouros em arte, tradições e paisagens naturais.

ITÁLIA

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