Edmilson Romão*
Os dias 28 e 29 de janeiro marcam dois temas relevantes, que juntos constituem a base da indústria turística contemporânea. O primeiro, dia 28/01, é consagrado ao Comércio Exterior. Surgiu há 210 anos, seis dias após a chegada da Família Real ao Brasil, em 1808.
Nessa data, Dom João VI assina o ato de abertura dos portos brasileiros às nações amigas de Portugal. E daí em diante, a história do nosso país ganharia novas perspectivas e caminhos.
Já 29 de janeiro é reconhecido como o Dia da Hospitalidade. Tem sua origem ligada à liturgia católica, no sentido de acolhimento. Em termos gerais, hospitalidade associa-se à ideia de tratar bem quem se encontra em lugares diferentes de seu entorno habitual.
Ou seja: o visitante, o viajante, o turista. Bem se vê que ambas as datas simbolizam valores cada vez mais na ordem do dia, para todos os profissionais que vivem do e para o negócio do turismo.
Quando se fala em Comércio Exterior, o senso comum associa essa atividade ao comércio de commodities, manufaturas e similares.
A percepção de que a venda de serviços turísticos agregados aos nossos destinos constitui pauta valiosa de Comércio Exterior ainda é pouco expressiva
O turista estrangeiro entra no país com dólares ou euros, compra os serviços ofertados pelos destinos que decide conhecer e contribui para a roda da economia girar. Se bem recebido e acolhido, leva boas lembranças, compartilha a experiência com amigos e tende a voltar.
Os sinais do turismo mundial são bons. Em 2017, segundo a OMC, crescimento foi de 7% em relação a 2016. Ou seja: 1,322 bilhão de viajantes internacionais.
O Brasil ainda oscila na faixa dos 6 milhões de turistas estrangeiros/ano. O Chile, por exemplo, com seus 756.950 km² e população na casa dos 18 milhões de habitantes, já empata com o receptivo brasileiro, De 2016 para 2017, o ingresso de visitantes estrangeiros em terras chilenas cresceu 14,3%.
Porém, o Mtur trabalha com a expectativa de elevar o número de estrangeiros no país para 12 milhões até 2022. Essa perspectiva elevaria a receita vinda desta fonte de US$ 6 bilhões, em 2016, para US$ 19 bilhões, em 2022. Esse salto resultaria na criação de 6 milhões de novos empregos.
As virtudes naturais do receptivo Brasil são por demais conhecidas. País conecta-se ao mundo por meio de transportes e comunicações de todos os tipos. Conta com meios de hospedagens para todos os gostos e bolsos. E oferece gastronomia diversificada, incluindo opções de padrão internacional. Vir ao Brasil é uma tarefa que não requer prática nem habilidade.
Como empresário do agenciamento de viagens a lazer e corporativo, e também presidente da Abav-SP, conclamo o engajamento da cidadania paulista em favor de políticas públicas de incentivo ao turismo receptivo. O Estado de São Paulo, maior polo receptivo e emissivo do país e dono da melhor infraestrutura para o desenvolvimento da atividade turística, tem tudo para receber bem e encantar turistas do mundo todo. Com determinação, entusiasmo, capacidade de articulação e visão de conjunto, estamos prontos para cumprir nosso papel no efetivo deslanche do turismo brasileiro.
*Edmilson Romão é empresário, administrador de empresas e presidente da Abav-SP |