Banco de sangue, batata chips, sinal de trânsito, cirurgia a laser para catarata foram algumas das contribuições nascidas de mentes negras para a humanidade
“Existe no imaginário das pessoas que os negros não criam, os únicos povos que criam são os brancos ou os asiáticos. Meu trabalho é desmistificar issoâ€, disse o professor Carlos Machado da USP, durante sua apresentação na palestra “Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente†que aconteceu neste sábado (23) no Encontro Ãfrica e a Diáspora Africana, em Costa do SauÃpe, Bahia.
Machado, que está lançando o livro cujo nome é o mesmo da palestra, relembrou desde os primórdios da humanidade e ressaltou que a origem da civilização e do conhecimento foi a Ãfrica.
Em uma empolgante volta no tempo, o professor pontuou os feitos do Egito Antigo nos campos da engenharia, medicina, vestuário e até maquiagem, criada por aquela civilização. “Estranhamente se dizia que a população egÃpcia era ‘marrom avermelhada’ e que o paÃs fazia parte do Oriente Médio. Na verdade eles eram negros e o paÃs é africanoâ€, disse.
Nos anos subseqüentes, as pessoas negras continuaram dando sua contribuição ao desenvolvimento das civilizações. “Todo dia você usa algo que foi inventado ou aperfeiçoado por um inventor negro. Reconhecer essas inovações é colaborar com o desenvolvimento da igualdade étnico-racialâ€, argumentou o professor.
Na lista de pessoas negras que se destacaram na invenção ou aperfeiçoamento de algo, Machado citou André Rebouças, um grande engenheiro brasileiro, Otis Boykin, inventor do marca-passo, Percy Julian, um dos maiores quÃmicos dos Estados Unidos, entre outros.
“Quero lembrar que a Ãfrica e a Ciência têm 200 mil anos de história. A Ãfrica já contribuÃa com a Ciência muito antes dela ter este nomeâ€, finalizou Carlos Machado.
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