Comissão do Senado busca evoluir regras do Novo Acordo
Quem nunca precisou recorrer a um dicionário para escrever tal palavra? As dúvidas sobre os usos do trema, do “X†e do hÃfen podem ser consideradas coisas do passado, caso o modelo de acordo ortográfico simplificado, proposto pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, seja aceito pelo governo. O grupo tenta simplificar as regras do acordo previstas para entrar em vigor em 2016. Um abaixo-assinado a favor da mudança, criado para pressionar autoridades (www.simplificandoaortografia.com), já contém mais de 30 mil assinaturas.
“O objetivo é adotar uma ortografia lógica, com menos regras e exceções e mais abrangente, facilitando o aprendizado tanto em sala de aula quanto em casa, na comunicação entre pais e filhosâ€, explica o linguista Ernani Pimentel, um dos coordenadores do Grupo de Trabalho Técnico da comissão do Senado. De acordo com ele, a mudança torna o ensino da ortografia mais agradável e compreensÃvel, revolucionando a pedagogia infantil.
Para o linguista, várias das regras atuais do novo acordo têm pontos negativos. “O estudo é lento e inseguro e isto desestimula o aluno e fortalece o analfabetismo funcional. Somos contra a decoreba e contra um ensino em que seja impossÃvel explicar o porquê das semelhanças e diferençasâ€, ressalta Pimentel.
Em estudo elaborado pelo Grupo de Trabalho Técnico, constatou-se que, se tratando de horas/aula, com a ortografia simplificada, cada professor levaria, em média, 150 horas para ensinar as regras de grafia, do ensino fundamental ao médio. Hoje, são necessárias cerca de 400 horas no mesmo perÃodo. “Os alunos terão mais tempo para leitura, elaboração e interpretação de textos, disciplinas tão mais importantes para a socializaçãoâ€, revela Pimentel.
As regras do Acordo Ortográfico da LÃngua Portuguesa foram criadas em 1971 para estreitar as relações entre Brasil e Portugal. Mas em 1990, através de um tratado internacional, ficou decidido que a nova ortografia valeria para oito paÃses lusófonos. PaÃses como Angola e Moçambique, que assinaram o acordo, ainda não o ratificaram e poderão encontrar nessa nova ação da Comissão, motivos mais convincentes e estimulantes, assim como Portugal e os demais paÃses.
“O português é uma lÃngua com uma variedade imensa de regras e hoje, dominá-las, representa, sem dúvida, um caminho poderoso para a ascensão econômica e socialâ€, diz Pimentel, que acredita que a ortografia simplificada também pode melhorar o desempenho do Brasil e paÃses de mesmo idioma em pesquisas que avaliam a educação.
Para outras informações sobre o trabalho atuante do professor Ernani Pimentel, acesse o link Press Kit e o site do Movimento Acordar Melhor.
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