O Encontro de Gestores Operacionais 2019 foi realizado dia 13 de agosto, no Quality Suites Oscar Freire, em SĂŁo Paulo. Evento faz parte do cronograma de açÔes do ComitĂȘ de Produtos da Abracorp â Associação Brasileira de AgĂȘncias de Viagens Corporativas. Contou com a participação de Bruno AragĂŁo, Coordenador Nacional de TMCs (Travel Management Company) da rede Atlantica Hotels, que abriu a programação ao conduzir palestra sobre o tema âOs impactos das novas alternativas de hospedagemâ.
Analisadas caracterĂsticas de diferentes plataformas digitais que ofertam meios de hospedagem distintos dos hotĂ©is (Airbnb, Q Apartments, Studios, Couchsurfing, entre outros), dois aspectos foram destacados como os principais inibidores do atendimento Ă demanda do mercado de viagens corporativas: a falta de segurança e de comprovantes fiscais. âEsses sĂŁo fatores cruciais na polĂtica de viagens das corporaçÔesâ, afirmou AragĂŁo.
Outros pontos, como a falta dos serviços de governança e A&B, limitação de horĂĄrio para entrada e saĂda de imĂłveis particulares â nem sempre respeitados pelos anfitriĂ”es â, assim como as rĂgidas restriçÔes impostas quanto Ă forma de pagamento foram apontados tambĂ©m como desvantagens competitivas. âPlataformas digitais que antes chegaram a ser consideradas como possĂveis ameaças concorrenciais Ă hotelaria, em alguns casos, jĂĄ incorporam hotĂ©is em seu portfĂłlio de vendasâ, destacou Priscila Pereira, gerente Senior de TMCs da rede Atlantica.
De um modo geral, evidenciou-se que a diversidade de plataformas, canais, tarifas e modelos alternativos de negócios de hospedagem, que a cada dia se multiplicam com novos entrantes no mercado, aumentam a percepção de valor e a importùncia dos serviços de consultoria especializada prestados pelas TMCs.
EficiĂȘncia nas AgĂȘncias
Que tipo de deficiĂȘncia operacional a LATAM proporciona Ă s agĂȘncias de viagens e, em especial, Ă s TMCs? Esta foi a questĂŁo-chave que deu origem Ă formação de uma equipe tĂ©cnica dedicada ao Projeto EficiĂȘncia nas AgĂȘncias, implementado hĂĄ mais de um ano pela companhia aĂ©rea.
De acordo com Bruno Calais, gerente Estratégico Comercial Brasil da LATAM, as respostas obtidas definiram uma série de temas, que foram enfrentados a partir de recursos tecnológicos capazes de solucionar 75% dos gargalos.
Entre eles, foi destacada a questĂŁo do IATA dedicado â iniciativa que eliminou a necessidade das agĂȘncias de viagens no Brasil manterem um nĂșmero de IATA para cada um dos contratos. âCom o fim desta exigĂȘncia, por parte da LATAM, foram reduzidos 271 IATAsâ, anunciou Calais â o que corresponde a uma economia anual superior a R$ 1 milhĂŁo e com potencial de alcançar a cifra de R$ 5 bilhĂ”es.
AlĂ©m dos ganhos financeiros, 17 temas novos, atualmente, ocupam a pauta da equipe LATAM engajada no Projeto EficiĂȘncia nas AgĂȘncias. Mais facilidades para a comercialização de serviços ancilaries, despacho de bagagem, fim na diferenciação tarifĂĄria remanescente em Sistemas Globais de Distribuição (GDSs) e da cobrança de ADMs/ALs sem evidĂȘncia sĂŁo alguns desafios atuais.
De acordo com Daniel de Almeida, Gerente de Vendas do Mercado Corporativo, âas agĂȘncias de viagens convidadas pela LATAM para acompanhar o andamento dos trabalhos em desenvolvimento deverĂŁo ser substituĂdas no prazo de um ano, por critĂ©rios tĂ©cnicosâ e, tambĂ©m, âjĂĄ estĂĄ garantido que a companhia aĂ©rea mantĂ©m um plantĂŁo, no sĂĄbado, capacitado a atender as agĂȘncias que precisem fazer ajustes de crĂ©ditoâ.
LGPD em pauta
A parceria da LATAM com Abracorp garantiu ainda a palestra do Dr. Renato Opice Blum, advogado e economista; coordenador do MBA em Direito EletrĂŽnico da EPD, professor do Curso de Direito Digital da FGV, USP (PECE), Mackenzie; membro convidado do Grupo de Cybercrime do Conselho da Europa; presidente do Conselho de Tecnologia da Informação da Federação do ComĂ©rcio/SP e do ComitĂȘ de Direito da Tecnologia da AMCHAM; conselheiro da ComissĂŁo de Crimes de Alta Tecnologia da OAB/SP; coordenador e coautor do livro "Manual de Direito EletrĂŽnico e Internet".
Apresentado pelo Dr. Marcelo Oliveira, consultor jurĂdico da Abracorp e pelo Dr. Leonardo do Carmo Braz, advogado da LATAM, o especialista em direito digital discorreu sobre o tema âLei Geral de Proteção de Dados â qual impacto para o operacional das agĂȘnciasâ. Ainda que existam controvĂ©rsias, segundo a interpretação do palestrante convidado, âas agĂȘncias de viagens deverĂŁo ser consideradas solidariamente responsĂĄveis pelos dados coletados por terceiros (clientes e fornecedores)â, afirmou, tendo em vista os princĂpios que regem o CĂłdigo de Defesa do Consumidor no Brasil. âPorĂ©m, hĂĄ o direito de regressoâ, lembrou.
Questionado sobre os riscos das agĂȘncias repassarem dados de seus clientes a fornecedores que façam uso indevido dos mesmos, Dr. Renato Opice Blum esclareceu que existe o princĂpio do legĂtimo interesse. Ou seja: as agĂȘncias estĂŁo protegidas, na medida em que fornecem dados que sĂŁo necessĂĄrios para a oferta dos serviços contratados.
Arquivo PDF contendo apresentação detalhada sobre a LGPD e seus impactos para as agĂȘncias foi enviado ao e-mail de todas as TMCs associadas.
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