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Quem Ă© Lucia Helena CorrĂȘa (LHC)?

LHC, a jornalista-poeta que canta e faz cançÔes

Filha de Oxum com XangĂŽ, negra (de alma negra), salgueirense, sob o signo de Touro, Lucia Helena CorrĂȘa (LHC) nasceu no outono de 1949 – maio da fertilidade – de pais operĂĄrios, no subĂșrbio carioca de Vaz Lobo, quintal da Escola de Samba de mesmo nome.

Graduada pela Escola de Comunicação (ECA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em Jornalismo GrĂĄfico e Audiovisual, em 1974, tem curso de doutorado em CiĂȘncia da Comunicação e AnĂĄlise do Discurso, pela Universidade de SĂŁo Paulo. LHC faz do jornalismo uma espĂ©cie de sacerdĂłcio. Aos quase 60 anos, apesar de acometida de insuficiĂȘncia renal crĂŽnica e estar na fila de espera do transplante, nem pensa na aposentadoria. Depois de trabalhar em, rigorosamente, todos os grandes jornais do eixo-Rio—SĂŁo Paulo, nas editorias de polĂ­cia, cidades, polĂ­tica, economia, internacional e tecnologia da informação, atualmente, Ă© editora da Revista Turismo em NĂșmeros. AlĂ©m disso, Ă© dona do blog Viva-Voz , jornalismo de resistĂȘncia que se ocupa de temas variados, com ĂȘnfase nas questĂ”es de carĂĄter social e polĂ­tico.

Mas a segunda maior paixĂŁo da jornalista – herança, com certeza, do tetravĂŽ, Joaquim AntĂŽnio da Silva Callado, o “pai do chorinho” – Ă© a mĂșsica Ă  qual somente se entregou, porĂ©m, em 2004, quando se ligou a um dos movimentos de mĂșsica independente mais importantes de SĂŁo Paulo – o Clube Caiubi de Compositores. Hoje, tambĂ©m integrante da M-MĂșsica, comunidade virtual de compositores, e da Di-versos, movimento igualmente virtual que congrega poetas, LHC, soma ao currĂ­culo apresentaçÔes nas diversas casas noturnas de SĂŁo Paulo, Baixada Santista e Rio de Janeiro, inclusive no Centro Cultural Cartola, na Mangueira, e no CanecĂŁo.

A cantora que se autodefine como descaradamente romñntica adora samba-canção, blues, jazz e, claro, chorinho está presente em todos os espaços alternativos – do MySpace ao YouTube, passando pelo Orkut.

O CD profissional de LHC sai em maio, comemorando o 60° aniversĂĄrio da jornalista-cantora. A produção Ă© de Tato Fischer, primeiro tecladista da banda Secos & Molhados, e a direção musical Ă© do violonista BrĂĄu Mendonça. Sobre ela o tambĂ©m jornalista e crĂ­tico musical Mauro Dias afirma que â€œĂ© de um contralto rarĂ­ssimo em mulheres, de densidade, potĂȘncia, emoção e afinação absurdas”.

Poeta muitas vezes premiada, citada nas antologias, LHC usa a poesia como ferramenta para compor letras, muitas delas jĂĄ musicadas por ela mesma e diferentes parceiros. E confessa que prefere escrever letras e recorrer a parceiros para musicar. Mas, mesmo sem saber tocar sequer um instrumento, alĂ©m do atabaque, tambĂ©m compĂ”e melodias. Assim Ă© que, em 2004, ela criou a primeira mĂșsica – o samba-canção “Cebola Crua”, originalmente, poema incluĂ­do no livro de mesmo nome (Editora SJS, SĂŁo Paulo, 1999), com prefĂĄcio de Olga Savary. Quatro anos depois de se entregar Ă  mĂșsica, “comprometida atĂ© o pescoço com a mĂșsica independente”, LHC jĂĄ tem um acervo de mais de 30 cançÔes, totalmente compostas por ela ou em parceria.


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