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Plinio Nastari artigo julho 2014



Redução no preço dos grãos e recuperação da produção interna reduzem importações de etanol no mercado europeu

Plinio Nastari



A União Europeia durante anos procurou liderar o mundo no combate às mudanças climáticas através de políticas que estimulassem a produção de biocombustíveis como forma de reduzir as emissões de CO2 no setor do transporte. É por esse motivo que nos últimos 10 anos a bloco europeu tem se empenhado em satisfazer as suas necessidades de combustível para o transporte através de uma política que estabelece a obrigatoriedade entre seus Estados-Membros da utilização de 10% de energias renováveis nos transportes públicos – sobretudo biocombustíveis – até 2020, conforme a Diretriz da Energia Renovável (Renewable Energy Directive – RED) que entrou em vigor em junho de 2009.

Entretanto, existia uma pressão crescente para alterar esta política, limitando a utilização de biocombustíveis baseados em matérias-primas também utilizadas para a produção de alimentos. Por esse motivo, no dia 11 de setembro de 2013, o Parlamento Europeu sugeriu a imposição de um limite de 6% para biocombustíveis de primeira geração na matriz de transportes.

Já no dia 29 de maio deste ano, o Comitê de Representantes Permanentes (Coreper) da União Europeia sugeriu um novo acordo, que limitaria a utilização de biocombustíveis de primeira geração para que apenas 7% do consumo de combustíveis. A nova proposta é aquém dos originais 10% até 2010, muito embora acima dos 6% e 5% sugeridos pelo Parlamento Europeu e Comissão Europeia no ano passado, respectivamente. O acordo também inclui uma meta não obrigatória de 0,5% para os biocombustíveis de segunda geração.

Mesmo diante de propostas que reduzam a obrigatoriedade de utilização de biocombustíveis, a produção de etanol vem crescendo no bloco europeu. Isso foi possível em virtude da queda dos preços dos grãos, possibilitando os produtores domésticos retomarem maior utilização da capacidade instalada. O trigo, por exemplo, também usado na fabricação de etanol, além da cevada e do milho, é negociado hoje no mercado internacional a US$ 6,70-6,78/bushel, ante US$ 8,80-9,00/bushel em meados de julho de 2012. Espera-se que em 2014 sejam produzidos 5,50 bilhões de litros de etanol combustível, contra 5,10 bilhões de litros em 2013 e 4,60 bilhões de litros em 2012. A maior expansão deve ocorrer na Grã-Bretanha, para 440 milhões de litros (+57,1%).

Em contrapartida, as importações de etanol estão em queda. A União Europeia importou apenas 52,57 milhões de litros de etanol em fevereiro, contra 60,43 milhões no mês anterior e 77,04 milhões de litros em fevereiro do ano passado. Este foi, portanto, o menor volume importado desde agosto de 2013. De janeiro

a fevereiro, a importação de etanol somou 113,00 milhões de litros, queda de 25,0% sobre igual período de 2013.

Mesmo assim, além da maior produção, alguns outros fatores atuaram como forças indutoras na redução das importações como, por exemplo, a adoção desde fevereiro de 2013 de uma tarifa de US$ 81,80/ton sobre a importação do etanol norte-americano, após suspeita de dumping. Em adição, como consequência direta da recuperação da produção doméstica, os preços do etanol na UE caíram 27,3% em um ano para € 481,26/m3 (US$ 659,44/m3), o que explica também o menor embarque do Brasil para o mercado europeu

*Plinio M. Nastari é mestre e doutor em economia agrícola e presidente da DATAGRO.


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