Com cartazes contra o especismo, só saíram do palco após ter a palavra concedidaAtivistas da ONG VEDDAS realizaram na última quinta-feira (13) uma intervenção na I Mostra de Teatro de São Paulo. O foco da ação foi a peça “Eu não sou bonita”, da atriz espanhola Angélica Liddell, apresentada no teatro Cacilda Becker.
Os ativistas subiram ao palco e, ao lado da atriz em cena, suspenderam cartazes com frases em protesto ao uso do cavalo que permanece em cena durante toda a apresentação. Após alguns minutos, os ativistas pelos Direitos Animais tomaram por completo a cena ocasionando a saída da atriz do palco.
As luzes se acenderam e parte do público se levantou incomodada com a ação. Os ativistas exigiram fazer uso do microfone antes de sair de cena, o que foi concedido depois de alguma negociação. Usando a oportunidade conquistada, foi explicado ao público o motivo de estarem lá, como já demonstravam os cartazes, por considerarem que animais não são objetos para serem exibidos em cena e apontando a incoerência de haver exploração de animais em uma peça teatral que pretende fazer uma crítica à opressão feminina em uma sociedade patriarcal.
Também foi esclarecido ao público que a peça em questão estava em desacordo com a Lei Municipal 14014/05 (
leia aqui) que proíbe a presença de animais em circos e espetáculos artísticos congêneres. Tendo dado o recado, os ativistas se retiraram do teatro recebendo o apoio de parte do público presente. Do lado de fora, os ativistas eram aguardados por três viaturas da Polícia Militar.
Em se tratando da estreia de uma peça inserida em festival, havia muitos jornalistas presentes na plateia, o que gerou rapidamente uma repercussão nas redes sociais com opiniões diversas sobre o ato. No dia seguinte, foram vistas matérias em veículos como por exemplo o jornal Folha de S. Paulo, onde a jornalista Barbara Gancia – que estava presente durante a intervenção da ONG VEDDAS – descreveu em detalhes a cena e o diálogo que teve com os ativistas, aproveitando a oportunidade para tecer fortes críticas aos especismo em um veículo de grande visibilidade (
leia aqui). Também estavam presentes na plateia críticos de arte, artistas e diretores de espaços culturais.
Paralelamente à intervenção, a ONG VEDDAS ofereceu uma denúncia ao Ministério Público sobre a qual aguarda providências. Em anos anteriores, a ONG VEDDAS protagonizou ações de sucesso em situações semelhantes, como por exemplo quando conseguiu que fossem libertados os urubus que eram mantidos confinados em uma exposição na Bienal de Artes de São Paulo (setembro de 2010). Apoie o trabalho do VEDDAS acessando
http://veddas.org.br/colabore/.
Assista ao
vídeo da ação.