Veja a carta de
Nascimento abaixo:
"Participamos a convite da Abav Nacional de reunião com a diretoria da Tam e o Conselho de Presidentes das Abavs e outras entidades de classe para debater sobre as novas formas de comercialização de bilhetes aéreos. A reunião teve longa duração, mas finalizou com uma prova incontestável que as novidades apresentadas pela transportadora não agradaram a nenhum dos presentes, motivo suficiente para que a Tam resolvesse prorrogar por mais 30 dias a aplicação das novas regras. Por que tal prorrogação, se não para ouvir novas alternativas que venham a ser apresentadas pelos agentes?
O que nos causa, causou e sempre causará estranheza é o não reconhecimento do valor da rede de distribuição formada pelas 16 mil agências de viagens do Brasil.
Certo é que existem diferentes segmentos de agências de viagens com diversos e diferentes modos de comercialização de passagens aéreas e alguns destes segmentos já se veem contemplados satisfatoriamente com a metodologia atual. Entretanto, milhares de pequenas e médias empresas estão temerosas por sua sobrevivência.
Os argumentos utilizados pela Tam, que, diga-se, servirão de modelos para as demais, não convencem e até algumas vezes levam à aceitação sob suspeitas, como o caso do custo para as transportadoras no pagamento de comissões. Mas se existem setores ou segmentos contemplados com margens de receita por que não aplicar a mesma metodologia para o único segmento não contemplado?
Imagino que a Tam pudesse utilizar sua empresa Tam Viagens, transformando-a em Tam Viagens e Passagens e que esta viesse a ser a detentora do site da empresa, que esta fosse a proprietária das lojas Tam em todo território, e que ela fizesse jus a certa remuneração, tal qual a que fosse aplicada aos agentes vendedores de passagens. Ganhariam as agências que se tornariam, sim, verdadeiras parceiras da Tam e ganharia a própria Tam, por meio de sua empresa irmã. Os valores das passagens seriam os mesmos quer nos sites, quer nas lojas, quer na rede de agências.
Entretanto não á aceitável que as agências de passagens e turismo continuem a comercializar passagens, até por dever de mais bem atender seus clientes, sem qualquer remuneração e continuem responsáveis por falhas eventuais das mesmas como preconiza o Código de Defesa do Consumidor.
Há que se encontrar um caminho justo para a pacificação do setor."
Eduardo Vampré do Nascimento
evn@nascimento.com.br