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Centro de Convenções de Guarujá é discutido em audiência pública
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Centro de Convenções de Guarujá é discutido em audiência pública

A construção de um grande empreendimento para atrair mais turistas e movimentar Guarujá o ano inteiro. A Prefeitura Municipal quer planejar, junto com empresários e munícipes, o projeto para edificação de um grande espaço para eventos na Cidade. Este importante plano foi discutido na audiência pública ‘Construção de um Centro de Convenções’, realizada no último dia 26, no Salão Nobre do Casa Grande Hotel Resort & Spa.

O secretário de Turismo de Guarujá, Valter Batista, abriu a audiência, destacando a importância do novo empreendimento. “É fundamental iniciarmos uma discussão de extrema relevância para a economia da Região.

Sofremos os efeitos negativos da sazonalidade e recebemos cerca de três milhões de turistas na temporada de verão, sendo nove milhões ao ano, porém, concentrados em alguns períodos. Além disso, temos quase 50 mil imóveis de segunda residência e nove mil leitos de hotéis, que são uma grande rede de hospedagem e que necessita de movimentação o ano inteiro”, afirmou.

Batista destacou que um equipamento turístico desse porte pode atrair mais eventos e convenções – como feiras, congressos, seminários, shows e exposições –, o que movimentaria mais a economia da Cidade, gerando, assim, mais emprego e renda.

O secretário municipal de Planejamento e Gestão Financeira, Mauro Scazufca, apresentou uma proposta de projeto para o novo empreendimento. O local escolhido pela Prefeitura foi a Praça Horácio Lafer, na Enseada, por três motivos: por ser de frente para o mar, o que aproveitaria a bela paisagem do local; a posição privilegiada dos principais hotéis e restaurantes da Cidade; e por ser no começo da Avenida Dom Pedro I, principal via turística do Município.

Ainda não é possível definir um projeto arquitetônico, mas, pela proposta da Prefeitura, toda a área da praça (50 mil m²) poderá utilizada para o empreendimento, com até três pisos. O edifício seria construído sobre pilotis, numa altura de seis a oito metros, com o térreo livre para um grande estacionamento e espaço multiuso, podendo abrigar congressos, seminários, shows e feiras.

Numa segunda fase, o Teatro Municipal Procópio Ferreira poderia ser incorporado ao projeto, sem sofrer grandes alterações. O Fórum Municipal poderia ser transferido para o espaço público do Santo Antônio, próximo ao Paço Municipal, e o Centro Esportivo Duque de Caxias (Tejereba) seria reconstruído na área da Vila Júlia. As escolas municipais Almeida Junior e Dirce Valério Garcia seriam transferidas para outro local próximo, porém ainda não definido.

Segundo Scazufca, a construção do Centro de Convenções já está na previsão de recursos para o orçamento municipal de 2009. O secretário de Planejamento afirma que esse apoio financeiro pode vir do Ministério do Turismo, do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (DADE), do Fundo Metropolitano e da Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), desde que haja um projeto definido e aprovado pela Prefeitura.

Uma das dúvidas levantadas por um dos munícipes presentes à audiência pública foi a questão fundiária. Scazufca esclareceu que o novo Plano Diretor de Guarujá definiu a área da Praça Horácio Lafer como Zona Especial de Interesse Público (ZEIP), o que permite a construção de um empreendimento desse porte: “A proposta de projeto já está coberta pela lei. Ano que vem será para planejar e buscar recursos para concretizá-lo”, afirmou.

O diretor de Turismo de Negócios e Eventos do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) e ex-secretário de Turismo de Guarujá, Marcelo Pedroso, participou da audiência, apresentando uma pesquisa do Instituto sobre o impacto econômico dos eventos internacionais realizados no Brasil, principal setor que seria beneficiado com o empreendimento em Guarujá.

O diretor da Embratur mostrou o impacto que os eventos internacionais provocam na economia do País: somente nos 14 eventos internacionais pesquisados pela Fundação Getúlio Vargas para a Embratur, foram gerados quase US$ 15 milhões, com gasto médio diário de US$ 314,70 por pessoa. Além disso, 80% dos participantes fazem compras durante as viagens, o que movimenta o comércio.

Pedroso lembrou que Guarujá foi a nona cidade brasileira no ranking da International Congress and Convention Associantion (ICCA), a mais importante associação de eventos do mundo. No ranking por países, o Brasil aparece em oitavo lugar. “É um mercado que cresce constantemente no Brasil. Guarujá tem uma participação significativa e pode crescer mais ainda com um Centro de Convenções. É um anseio muito antigo do setor, mas tem que partir de uma organização. Não pode ser um fim, mas o começo para atrair uma série de outras coisas”, afirma o diretor.

O presidente do Guarujá Convention & Visitors Bureau, Ricardo Roman Jr., destacou que são urgentes ações para que sejam reduzidos os efeitos negativos na baixa temporada do Município: “Não resta dúvidas de que Guarujá merece esse equipamento. Os hotéis têm média anual de 30 a 40 % de ocupação e isso não é suficiente para manter o negócio. O Centro de Convenções tem que ser construído para diminuir a sazonalidade e gerar mais empregos”, afirmou.

Todas as cidades turísticas sofrem com os efeitos negativos da sazonalidade e essa é uma das realidades enfrentadas também pelos comerciantes do Município. “É um sonho antigo e uma ferramenta necessária para todos os empresários e comerciantes da Cidade. É uma necessidade de todos, mas temos que planejar como será a estratégia de uso do local”, afirma o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarujá (ACEG), João Marcelo Stuque.

O presidente da Academia Brasileira de Eventos, Roosevelt Hamam, participou da construção do primeiro, e maior, Centro de Convenções do Brasil: o Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. “Durante a temporada de verão, não há como fazer um evento internacional em Guarujá. Mas a Cidade tem um grande potencial para atrair congressos e seminários durante o período de baixa temporada”, ressaltou.

Essa opinião é compartilhada pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas de Eventos (Abeoc-SP), José Eduardo de Souza Rodrigues. “Estamos ajudando a trazer o Centro de Convenções, para que ele possa ajudar a Cidade. Guarujá precisa de um espaço maior para os eventos. O potencial do Município é maior do que a gente pode imaginar”, complementou.

Também participaram da audiência, o diretor-geral do Casa Grande Hotel Resort & SPA, Lourival de Pieri; o gerente-geral do Sofitel Jequitimar Guarujá, João Carlos Pollak; o vice-presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Guarujá, Artur Ferreira; e a presidente da Associação dos Quiosqueiros de Guarujá, Marta Pereira de Santana.

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