A 14ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol já começou. Nesta segunda-feira (20), o evento trouxe debates para o setor sucroenergético mundial. Até o momento, foram quatro encontros de alto nível técnico. Líderes, empresários e comunicadores puderam discutir o atual cenário mundial do açúcar e etanol e destacar a importância socioeconômica do segmento.

Um dos assuntos em destaque, do primeiro dia de evento, foi o fim das cotas de produção de açúcar da União Europeia (UE). A extinção desse limite deve alterar todo o cenário açucareiro. As perspectivas são de que a Europa aumente a produção, impactando o comércio internacional.

Segundo, José Orive, Diretor Executivo da International Sugar Organization (ISO), a União Europeia é um player no setor. A Europa – e seus 19 países produtores – já é o segundo maior consumidor de açúcar, enquanto ocupa o terceiro lugar nas exportações mundiais. E, para o diretor executivo da ISO, a produção europeia depois do final das cotas deve chegar a 19 milhões de toneladas de açúcar vindo da beterraba. “Porém com a alta demanda interna, a UE poderá exportar apenas 2,5 milhões de toneladas”, completa José Orive.

Da Europa para o Brasil, durante o evento, a DATAGRO apresentou a estimativa de safra no final desta safra. Após a crise enfrentada pelo setor no último ano, Plínio Nastari, presidente da DATAGRO, afirmou que a moagem de cana-de-açúcar para a safra 2014/15 será de 550,18 milhões de toneladas para a Região Centro-Sul, principal produtor nacional. Já a produção do Centro-Sul do país deve ficar em 31,58 milhões de toneladas. Enquanto a produção de etanol será de 24, 9 bilhões de litros.

Logo após, o terceiro debate do dia destacou a participação e opinião da sociedade diante do agronegócio. Comunicadores renomados do Brasil apontaram a importância da mudança de consciência e cultura junto ao etanol e açúcar. “Historicamente, a produção cana de açúcar tem uma imagem negativa. Para mudarmos isso, é necessário desde a escola, ensinarmos os benefícios do setor para o desenvolvimento socioeconômico”, disse o jornalista Herodoto Barbeiro. Durante o debate, a jornalista Mariana Godoy defendeu o novo

O diretor do Núcleo de Estudos do Agronegócio, da ESPM São Paulo, José Luiz Tejon e o editor-chefe da Isto é, Luiz Fernando de Sá, também presentes no encontro, a comunicação deve fazer parte do agronegócio brasileiro para estimular o setor junto a sociedade.

Por fim, o primeiro dia de evento fechou com a opiniões de experts sobre os estoques de açúcar mundial. Segundo Ivan Melo, Diretor Comercial da Raizen, o mercado precisa corrigir os preços para escoar este volume em estoque. Enquanto isso, para o Diretor Executivo Comercial do Grupo São Martinho, Helder Golisgn, o Brasil não poderá contar com o crescimento de produção de açúcar nos próximos anos. Ainda participaram do Painel sobre estoques mundiais, o CEO da ECOM, Clóvis Junqueira, e o diretor comercial da Sucden, Jeremy Austin.