A produção brasileira de etanol na safra 2009/10 pode ficar abaixo do registrado na safra passada, quando atingiu cerca de 27 bilhões de litros. De acordo com Plínio Nastari, presidente da Datagro Consultoria, o menor rendimento da cana-de-açúcar em função do excesso de chuvas aliado ao fato do mercado de açúcar está mais remunerador já está fazendo com que a produção de açúcar fosse priorizada.

"O aumento na produção de açúcar em relação ao etanol a partir da cana já estava previsto. Mesmo que o ano seria chuvoso era esperado. Mas as chuvas estão acima do normal", explica.

Segundo ele, a menor oferta de etanol deve fazer com que os preços fiquem mais elevados no decorrer do segundo mestre. Para o consultor, os preços ao produtor do hidratado devem ficar próximos dos R$ 1 por litro mas não irão ultrapassar este patamar. "Atualmente o preço do etanol em São Paulo é de cerca de 55% ao da gasolina. Ele pode subir até perto de 70% do preço da gasolina e permanecer competitivo. O espaço para subir ainda é grande", disse. Além disso, ele ressalta que os preços elevados do açúcar tendem a fazer com que a cotação do etanol busque a paridade, também subindo. "Os preços do etanol e açúcar sempre buscam a convergência", disse.

Nastari disse ainda que a pressão no preço por conta da maior oferta de etanol por parte de usinas que precisam de caixa deve ser reduzida porque esta questão está mais equilibrada e os preços do etanol já cobrem os custos de produção, o que permite que as vendas sejam mais organizadas.

Ao contrário do açúcar que está bastante demandado no exterior por conta de um déficit mundial de oferta, as exportações de etanol devem cair de forma expressiva no segundo semestre. Além da menor oferta do produto internamente, a alta do preço no mercado doméstico faz com que a janela de oportunidade para a exportação se fechasse. "Hoje existe uma diferença de até US$ 100 por metro cúbico entre o preço interno e o preço que viabilizaria as vendas externas", disse (Agência Estado, 31/07/09)