Ministério do Turismo já tem 50 empreendimentos em processo de obtenção da classificação hoteleira
Competitividade do destino Brasil e cenário econômico atual foram os temas das sessões plenárias do primeiro dia do Congresso Nacional de Hotéis
“Competitividade do destino Brasil frente à realização dos Megaeventos” foi o tema da primeira sessão de debates do Conotel 2011, que teve Ricardo Moesch, do Ministério do Turismo, como palestrante, e Ana Maria Biselli (Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil), Alexandre Sampaio (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação), Enrico Fermi Torquato (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Nacional) e Rubens Régis (Resorts Brasil) como debatedores.
Moesch deu início à sessão apresentando dados sobre o novo Sistema Nacional de Classificação de Meios de Hospedagem e comentou que o Ministério do Turismo já conta com cerca de 50 hotéis em processo para obtenção da certificação. O diretor ressalta que, apesar de ser opcional, a novidade deixa claro para as empresas de turismo e para o cliente final um referencial de qualidade que pode ajudar na escolha do empreendimento.
O palestrante esclareceu também que o Sistema de Classificação é dicotômico, ou seja, ou o meio de hospedagem disponibiliza determinado serviço ou não, e leva em conta a infraestrutura, os serviços e a responsabilidade sustentável. Já o Selo de Qualidade do Turismo mensura o grau de excelência do empreendimento e funciona como um instrumento de comunicação entre o cliente e o prestador de serviço e entre o Ministério do Turismo e o mercado. O projeto classifica e certifica hotéis, resorts, hotéis fazenda, cama & café, hotéis históricos, pousadas e flats ou apart hotéis.
“Nós, das entidades representativas de turismo, estamos preocupados com a falta de atenção do poder público com o nosso setor”, afirma Ana Maria. “Apesar de realizarmos ações de capacitação junto ao Ministério do Turismo, elas não são suficiente. Acreditamos que o caminho seja focar também na qualificação daqueles que ainda não terminaram o Ensino Médio, pois muitos são os cargos ocupados por eles nos meios de hospedagem. Nosso objetivo não é apenas pensando na Copa do Mundo e na Olimpíada, mas também no futuro”, acrescenta.
Para Regis, “os processos na política brasileira são soltos. Não temos um interlocutor que junte os pedaços e não sentimos os projetos evoluírem. Acredito que esse é o papel do Ministério do Turismo”. Moesch concorda: “temos que aproveitar as entidades, que unidas servem como instâncias para dar encaminhamento a esses pleitos e cobrar o legislativo”.
Fermi levantou a questão da dificuldade de cadastro dos meios de hospedagem no Cadastur por conta da necessidade do alvará de funcionamento, que a maioria não possui e que foi flexibilizada pela substituição deste documento pelo emitido pela Prefeitura, no caso de São Paulo denominado Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM).
Sampaio finalizou o debate concluindo que “estamos nos aprimorando e aprendendo e já conseguimos alguns resultados desde que nos unimos. Essa união entre as quatro entidades da hotelaria (ABIH, FBHA, Fohb e Resorts Brasil) foi o primeiro passo que demos, e a partir de agora teremos ações pró-ativas para o desenvolvimento do nosso setor”.
Dando continuidade à agenda do congresso, a segunda sessão contou com a presença de Adolfo Cyriaco, da ABIH-SP como moderador, Geraldo Magela, do Banco Central, como palestrante, e Luiz Ramos, do grupo Fitta, e João Peres, do Sindicato da Indústria de Cozinhas Industriais em Meios de Hospedagem de São Paulo, como debatedores.
Segundo Magela, que atua há mais de 31 anos na área de câmbio do Banco Central, o cenário atual brasileiro é positivo. “As pessoas atualmente têm mais condições para viajar dentro e fora do Brasil, aumentando, assim, a demanda por transferências de pequenos valores a maior custo e mais rapidamente”. Com os megaeventos esportivos, “haverá incremento não apenas no turismo das cidades-sede, mas também nas demais cidades do país”, acrescenta.
O executivo apresentou dados referentes ao aumento do turismo receptivo no Brasil, que foi da ordem de 242%, e do turismo emissivo, 413%, no período de 2001 a 2010. Segundo o especialista, “os hotéis têm um grande potencial para atuar na área de câmbio de moeda estrangeira”.