Discurso de abertura do Conotel 2011 do presidente da ABIH Nacional
Bom dia a todos.
Em nome do Secretário Márcio França, que nessa oportunidade representa o Governador Geraldo Alckmin, quero saudar todas as autoridades públicas que hoje nos prestigiam com sua presença nesta cerimônia de abertura do qüinquagésimo terceiro Congresso Nacional de Hotéis.
Em nome de Bruno Omori, presidente da ABIH São Paulo e que é o nosso anfitrião, eu saúdo a todas as lideranças empresariais do nosso setor.
Promovido em conjunto pelas quatro entidades representativas do setor (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH Nacional; Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação – FBHA; pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil – FOHB e pela Resorts Brasil), o CONOTEL 2011 constitui palco ideal para o debate sobre temas relevantes para todo o setor.
A rica e intensa programação do evento, que prevê a realização de palestras e painéis sobre temas pertinentes ao atual momento da hotelaria no País, sintetiza os anseios, as lutas e mais do que isso, revela as principais bandeiras abraçadas e defendidas com a força da nossa união.
O momento da hotelaria é marcado, sobretudo, pelo alinhamento de todos os segmentos que compõem o dinâmico setor hoteleiro. Também é marcado pela maturidade setorial, alcançada e consolidada a partir de uma pauta de interesse comum, registrada em documento que ficou conhecido como Carta de Salvador, entregue aos parlamentares que nos representam no Congresso Nacional, endossada por todas as entidades setoriais signatárias.
Um antigo ditado popular ensina que “em casa onde falta pão todos brigam e ninguém tem razão”. Pois bem, esse cenário de dificuldades, onde o aumento da taxa de ocupação impunha disputas de mercado nem sempre racionais, se foi. Vivemos um novo momento. Um momento decisivo. Por isso o tema-central desse evento: “Hora H: O momento da Hotelaria Brasileira”.
Com o crescimento do mercado doméstico, que trouxe a ampliação da demanda e que motiva, cada vez mais, novos e crescentes investimentos hoteleiros, o que prevalece no conjunto do empresariado hoteleiro é o bom-senso. A busca pelo desenvolvimento sustentável.
Lastreada no trinômio da sustentabilidade, que pressupõe conquistas sociais, econômicas e ambientais, a hotelaria brasileira não faz distinção entre os empreendimentos que clamam por qualificação profissional. Independente da região, do porte ou do perfil de demanda atendida, todos sabemos que a capacitação profissional se impõe como prioridade.
Ainda jovem, com cerca de 30 anos apenas, a atividade hoteleira em nosso país amadureceu.
Antigos donos de hotéis estão conscientes de que devem atuar profissionalmente, de acordo com as melhores práticas da gestão hoteleira. Todos sabem: não basta ser dono de hotel, é preciso ser hoteleiro!
Iniciativas bem-sucedidas, a exemplo da nova matriz de classificação hoteleira, contaram com a participação democrática dos vários segmentos e diferentes nichos da hotelaria, de norte a sul do país, devidamente representada e atuante no âmbito da sociedade civil organizada.
Agora, após serem definidos critérios e processos de certificação, sob a chancela coletiva, o que resta à classificação hoteleira é ela ser colocada em prática. Para tanto, cabe ao setor público/MTUR o exercício de seu papel institucional, atuando como agente indutor desse processo.
A hotelaria fez e continuará a fazer a sua parte. Disso, não tenham dúvidas.
Mesmo diante dos contrapés; de idas e vindas na definição de diretrizes governamentais para o setor de viagens e turismo como um todo, não deixamos e nem deixaremos de trabalhar em favor da capacitação e da qualificação profissional.
Compreendemos e apoiamos o conjunto de medidas saneadoras adotadas, a bem da vigilância atenta e constante da aplicação dos recursos públicos. Aliás, defendemos tais medidas com veemência, pois elas são indispensáveis para separar o joio do trigo. Os bons não devem pagar pelos maus gestores!
Certamente, megaeventos esportivos que serão realizados no Brasil, atuam como importantes fatores de estímulo para o Estado priorizar investimentos e não mais retardar a adoção de medidas urgentes, voltadas à ampliação do treinamento dos profissionais do setor.
Durante a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, em 2016, nós estaremos no foco da mídia mundial. Para lograr êxito e projetar uma imagem de qualidade em serviços, aproveitando a mega-exposição global, temos que recuperar o tempo perdido e dar efetiva prioridade às atividades de treinamento programadas.
Os mais velhos costumavam dizer que o melhor investimento que os pais podem fazer é investir na educação de seus filhos. Viadutos, praças, ginásios esportivos, estádios de futebol, estradas, aeroportos, enfim, obras de infra-estrutura são importantíssimas, mas o legado gerado pela qualificação de um cidadão tem valor inestimável, por seu efeito multiplicador.
A emoção expressa nos depoimentos dos colaboradores hoteleiros que atuam na linha de frente, após terem vivenciado a experiência da inclusão digital e compartilharem o sabor do aprendizado difundido pela Escola Virtual de Meios de Hospedagem traduz o real significado da propagada sigla conhecida do mundo corporativo: ROI. Ou seja, traduz o que há de melhor em termos de Retorno sobre o investimento realizado.
Além do mais, o mercado doméstico cresce e a tendência é cada vez mais atrairmos hóspedes, inclusive dos países vizinhos. Pólos emissores que demonstram estar em franca recuperação ou com tendência de expansão, como Argentina, Chile, Peru e Colômbia, desde já, precisam constituir foco estratégico das políticas públicas voltadas ao fomento do setor hoteleiro.
O trabalho sério e dedicado que favorece o desenvolvimento sustentável não pode ser adiado!Ao contrário, deve ser retomado com afinco e assegurar o diálogo franco, direto e objetivo entre o poder público e a sociedade civil organizada.
O debate sobre como proceder para a adoção da Ficha Nacional de Registro de Hóspedes, precisa ser feito e não pode mais ser postergado.
De nossa parte, a empregabilidade continua a ser cuidada por meio das ações de capacitação e treinamento que vimos empreendendo e que contribuem, de maneira decisiva, com a geração e a distribuição de renda. Assim, zelamos pelo desenvolvimento social.
O segundo tripé da sustentabilidade, que pressupõe desenvolvimento econômico, certamente será alcançado com a gradativa recuperação do valor da diária média hoteleira, que há anos tem sido depreciada, tendo como fator preponderante o aumento excessivo da carga tributária.
O terceiro e último, porém não menos importante eixo de ação é a busca pela sustentabilidade ambiental, que também prospera na hotelaria, com admiráveis cases de sucesso.
A propósito, quero aqui informar, em primeira mão, que vimos tabulando entendimentos com a ONU (a Organização das Nações Unidas), no sentido de difundirmos práticas ambientalmente sustentáveis e que ampliarão oportunidades de negócios aos nossos associados, tendo em vista a realização do megaevento Rio + 20. Em breve anunciaremos mais novidades sobre o tema, que também compõe o temário do CONOTEL 2011.
Desejo a todos um excelente Congresso, agradecendo a participação de cada um dos hotéis associados com a crescente adesão de novos empreendimentos; aos parceiros FBHA, FOHB E A RESORTS BRASIL; um agradecimento especial a toda a diretoria e equipe da abih nacional e a imprensa que tem cumprido um papel fundamental na divulgação das ações do setor – o que, na prática, torna mais forte e representativa nossa atuação, ampliando benefícios e conquistas de interesse coletivo.
Parabéns hoteleiros!
Está aberto oficialmente o qüinquagésimo terceiro Congresso Nacional de Hotéis.