Evento ressaltou a importância de se investir no segmento, tendo em vista que 25% da população tem algum tipo de deficiência; encontro foi realizado na manhã de ontem (21)Foi sob o tema “Mobilidade reduzida: entendendo e atendendo este novo mercado” que os agentes de viagens associados à ABAV-SP realizaram, na manhã de ontem (21), na sede da ABAV Nacional, a 42ª edição do Fórum Executivo. Maria de Fátima Estephan, diretora da Accessible Tour, agência de viagens pioneira em turismo de inclusão, comandou o encontro.
Há 15 anos envolvida com o segmento de turismo acessível, Fátima abordou a importância de as empresas investirem nesta fatia de mercado, uma vez que, em pleno século XXI, parcela significativa da sociedade não tem condições de aproveitar todas as oportunidades que o turismo pode oferecer – estima-se que 25% da população brasileira tenha algum tipo de deficiência. “Trata-se de um mercado em expansão e ainda desconhecido da maioria”, comentou Constantino Karacostas, presidente da ABAV-SP.
Na oportunidade, a palestrante ainda ressaltou a importância de os passageiros com mobilidade reduzida especificarem aos agentes de viagens o seu nível de autonomia, para que os profissionais possam assegurar o atendimento a todas as suas necessidades. “Acessibilidade significa ter autonomia com segurança”, esclareceu Fátima.
Durante o evento, a diretora destacou o fato de que poucas empresas se dedicam ao treinamento de seus colaboradores, principalmente no que se refere ao atendimento aos deficientes. A partir da filosofia da Accessible Tour, “garantir que todos os clientes, independente de suas diferenças, possam realizar seus sonhos de viagem, lazer e turismo”, a representante chamou a atenção para o conceito de “desenho universal”, quesito em que estão inclusos produtos, ambientes, programas e serviços usados por todas as pessoas sem necessidade de adaptação.
Além disso, os participantes debateram sobre as inúmeras vezes em que solicitam cadeiras de rodas em aeroportos, por exemplo, e os responsáveis alegam que a agência de viagens não fez o pedido. “Minha sugestão é de que o passageiro tire print screen da reserva com todas as suas especificidades e o imprima caso tenha de lidar com algum imprevisto”, afirmou o presidente.
A representante da Accessible Tour apresentou também uma série de oportunidades a partir da entrada das empresas neste segmento. São elas: maior compreensão acerca da nova demanda das pessoas com deficiência no turismo e atendimento de qualidade aos passageiros com mobilidade reduzida, fator que se refletirá positivamente em toda a cadeia produtiva do setor, além do aumento nas vendas e consequente incremento no faturamento.
“Os deficientes são formadores de opinião, já que podem ser considerados multiplicadores. Nunca viajam sozinhos, não costumam regatear e são clientes fiéis e para toda a vida caso sejam bem atendidos”, enfatizou Fátima.
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