Infraero entra na discussão da ABAV 2007
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, defendeu hoje, no início dos trabalhos do 35º Congresso Brasileiro de Agências de Viagens – ABAV 2007—, no Riocentro, a abertura de capital da Infraero como solução para a crise nos aeroportos do país. A medida vem sendo defendida publicamente pelo governo federal desde a tragédia com o vôo 3054, da TAM, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Segundo Cabral, a medida seria uma "solução criativa", assim como o recente leilão de rodovias federais para a iniciativa privada.
"A Infraero tem que ter o capital aberto, com uma gestão mais corporativa, moderna" discursou o governador fluminense, ao lado do presidente da ABAV, João Martins Neto, da ministra do Turismo, Marta Suplicy, e dos governadores do Maranhão, Alagoas e Piauí, que também participaram da abertura da ABAV 2007. "A crise tem que ser resolvida com investimentos. A crise será superada. O importante é ter demanda e, graças a Deus, a demanda está aquecida. O Nelson Jobim (ministro da Defesa) é um homem competente. É importante ter menos dirigismo e mais fortalecimento do setor privado".
Ainda durante a cerimônia de abertura, ocorrida no início da tarde de hoje, Sérgio Cabral ponderou os reflexos da crise aérea no setor turístico, afirmando tratar-se de uma área onde "variáveis incontroláveis" definem o sucesso ou o fracasso do setor.
"Não é como colocar um produto pronto numa prateleira para o consumidor. Depende de chuva, sol, aeroportos, rodovias, segurança pública. Depende de qualidades ligadas não ao operador de turismo propriamente dito", afirmou o governador, alertando, ainda, para a necessidade de prestigiar os Agentes de Viagens, desde os pequenos empresários, até as grandes agências.
Agentes fecham acordo com a TAM e querem receber comissão sob taxa de embarque
O presidente da ABAV, João Martins Neto, disse que a associação vai continuar lutando pelo comissionamento do agente de viagens sob a taxa de embarque. Segundo ele, as negociações estão avançadas e que tanto a ANAC como a Infraero não se opuseram a essa possibilidade.
"Estamos em fase final de concretização, de operacionalizar este direito. Quem se opor a isso vai ter com quem brigar", afirmou Martins. "O Brasil tem a terceira tarifa aérea portuária mais cara do mundo, onde a maior parte desse dinheiro fica retida nos fundos aeronáutico e aeroviário com o objetivo de aumentar o superávit primário nas contas oficiais", criticou.
A presidente da Comissão de Turismo da Câmara Federal, deputada Lídice Da Mata, que está atuando como interlocutora entre a ABAV e Governo, disse que existe espaço para negociação. "A resistência está nas cias. Aéreas", disse.
Hoje, a ABAV assinou um acordo com a TAM que institui uma nova modalidade de remuneração para o agente de viagens. Pelo novo acordo, as agências garantem a comissão de 10% do valor da tarifa ou o mínimo de R$ 30 em cada bilhete emitido, à exceção da venda não-assistida pelo site da Tam.
A companhia aérea tinha reduzido o valor das comissões para 6% e 7% em todo país e a remuneração estava garantida em 10% por meio de liminares impetradas pelas ABAV regionais. Novas negociações estão em andamento com a Gol para um acordo semelhante segundo o presidente da ABAV.
Atualmente, os agentes de viagens representam 80% das vendas das passagens aéreas emitidas no País. A ABAV é a entidade mais representativa do setor, reunindo 3,2 mil empresas associadas no Brasil. O 35º Congresso Brasileiro de Agências de Viagens –ABAV 2007 – prossegue até sábado, dia 27, quando a feira de turismo será aberta ao público.